Cala-te e lê

Tentei calar-me durante algum tempo, fingir que nada se passava. Não vejo mais motivos para a minha boca estar selada quando tu dizes tudo o que te apetece sem pensar no quanto isso me vai magoar. Já chega, cala-te. Quem não pensa agora sou eu.

Achas que eu não te dou valor? Dou-te mais valor do que alguma vez alguém dará. Dou-te mais valor do que todas as pessoas que tu conheces. Dou-te mais valor do que tu próprio achas que tens. Dou-te valor, dou-te todo o valor do mundo. E não te dou valor só porque sim, só porque me apetece. Dou-te valor porque tu tens valor, pelo menos para mim. E é por teres esse valor que nunca devias falar no valor que achas que tens para mim, porque não sabes. Não sabes nada.
E como não gosto de ficar calada a ouvir, mas gosto também de dar a minha opinião (muitas vezes contrária à tua), pergunto-te E tu? Achas que me dás valor? Não dás, não queres dar, não pareces dar. És tu quem não me tem dado o valor que eu mereço... E no entanto, eu permaneço calada. Portanto, nem te atrevas a falar em valor.

Nós não temos valor.
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