De novo eu

  É inacreditável a quantidade de posts que nunca chegaram a ver a luz do dia. Parece que, mesmo sendo um vulcão sempre prestes a explodir naquela altura, existiram alguns sentimentos que preferi, talvez por vergonha ou por medo, guardar para mim própria.
  Somos seres em constante mudança, quer seja física ou psicológica, exterior ou interior. Os anos passam e nós, muito embora nos queiramos manter fiéis a nós próprios, vamos mudando com eles. Isso também aconteceu comigo, mas ao contrário do que seria de esperar, nem em todos os aspectos foi pelo melhor.
  Tornei-me uma pessoa mais fria e ainda mais reservada. Não me entendam mal, o meu coração não é de pedra e estou longe de poder ser considerada insensível. Penso que apenas deixei de demonstrar tanto as minhas emoções. Em vez disso, passei a guardar os meus sentimentos onde eles pertencem, dentro de mim.
  Poderia encontrar um milhão de razões para ter mudado. Talvez seja por me ter tornado independente, talvez seja por ter mudado de cidade, talvez seja por me ter casado, talvez seja por ter sido mãe. Talvez seja da idade, talvez seja do tempo, talvez seja do local, talvez seja... Mas não. A razão sou só eu. A culpa é minha, de facto.
  Se antigamente era criticada por demonstrar demasiado as minhas emoções, agora sou criticada por não o fazer, ou pelo menos não com a mesma regularidade. O que só comprova que, de facto, as pessoas só querem o que não têm e só sentem falta quando perdem. Mas isso seria todo um outro assunto que mais uma vez nos remeteria para o passado e não é de todo esse o intuito deste post.
  Afinal, o motivo que me levou a voltar a escrever é apenas um. Quero voltar a ser eu. 
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