Quem disse que nunca era tarde demais?

Já nada é como era antes, tu já não és igual a ti, eu já não sou igual a mim, nós já não somos nós. Finalmente, deixou de existir um nós e eu sinto-me feliz por isso. Consegui ver-me livre das correntes que ainda me aprisionavam a ti. Ofereceste-me o teu amor, desta vez sem impor quaisquer condições. Achei um acto correcto e lindíssimo da tua parte, mas deixei de o poder aceitar. E fui egoísta ao sequer pensar que me podia aproveitar de ti e da nossa amizade assim. O que interessa é que consegui finalmente abrir os olhos e ver que esta situação não é justa para nenhum dos dois. Tenho pena que já venhas tão tarde, a sério que tenho, mas já nada posso fazer a respeito disso. Podias-me ter feito tão feliz, podia ter-te feito tão feliz. Parece que fomos casmurros demais para aceitar as diferenças, enfrentar os problemas e seguir em frente. Destruiu-se tudo definitivamente, não há mais volta a dar.



Amo-te, não vou pôr condições ao meu amor por ti e agradeço que tu também não o faças.

Um dia o que estava perdido pode ser encontrado

Algures durante a minha curta existência, perdi-te. Não sei em que circunstâncias, mas sei que aconteceu. Arrancaste-me o coração e desta vez levaste-o para bem longe de mim. Demorei tanto tempo a recuperá-lo, mas finalmente consegui. A auto-estima que eu ainda poderia ter foi-se embora. A réstia de confiança que tinha em ti deixou simplesmente de existir. Em vez disso, ficaram apenas maus sentimentos como o meu desgosto, a minha mágoa e, parecendo que não, também algumas saudades dos velhos tempos. Mesmo depois de tudo o que me fizeste, eu queria continuar a ir atrás de ti, procurando-te de casa em casa, se fosse necessário. Estava também curiosa para conhecer o teu novo lar, o sítio onde desta vez tinhas ido parar. Olhei para o céu, as condições não eram as mais favoráveis, mas isso só me tornava mais emocional, mais carente. Nunca tinha sentido precisar tanto de ti, precisava de te encontrar. Encontrar para sempre, um até logo já não me bastava. Saí para a rua e comecei a andar... De repente, começou a chover. Lembro-me de ainda ter pensado "bem, que se lixe", afinal estava um pouco longe de casa e o meu cabelo chegaria lá encharcado de qualquer das maneiras. Fiquei então ali, parada, à chuva. Era fantástico sentir algo escorrer na minha face para além das minhas lágrimas que quase todos os dias, ao pensar em ti, me inundavam o rosto. Ainda bem que lá fiquei, sabes porquê? Porque nesse dia de Inverno chuvoso, encontrei-a a ela. Há muito que andava desparecida, as saudades já eram tantas que começava a desesperar por não lhe pôr a vista em cima há algum (muito) tempo. Naquele preciso momento, soube que tinha encontrado aquilo de que precisava. Não podia mais esperar, chorar e desejar que a minha vida acabasse. Naquele dia, eu voltei a encontrar a minha esperança. A esperança que há muito se tinha perdido!
Return top