Algures durante a minha curta existência, perdi-te. Não sei em que circunstâncias, mas sei que aconteceu. Arrancaste-me o coração e desta vez levaste-o para bem longe de mim. Demorei tanto tempo a recuperá-lo, mas finalmente consegui. A auto-estima que eu ainda poderia ter foi-se embora. A réstia de confiança que tinha em ti deixou simplesmente de existir. Em vez disso, ficaram apenas maus sentimentos como o meu desgosto, a minha mágoa e, parecendo que não, também algumas saudades dos velhos tempos. Mesmo depois de tudo o que me fizeste, eu queria continuar a ir atrás de ti, procurando-te de casa em casa, se fosse necessário. Estava também curiosa para conhecer o teu novo lar, o sítio onde desta vez tinhas ido parar. Olhei para o céu, as condições não eram as mais favoráveis, mas isso só me tornava mais emocional, mais carente. Nunca tinha sentido precisar tanto de ti, precisava de te encontrar. Encontrar para sempre, um até logo já não me bastava. Saí para a rua e comecei a andar... De repente, começou a chover. Lembro-me de ainda ter pensado "bem, que se lixe", afinal estava um pouco longe de casa e o meu cabelo chegaria lá encharcado de qualquer das maneiras. Fiquei então ali, parada, à chuva. Era fantástico sentir algo escorrer na minha face para além das minhas lágrimas que quase todos os dias, ao pensar em ti, me inundavam o rosto. Ainda bem que lá fiquei, sabes porquê? Porque nesse dia de Inverno chuvoso, encontrei-a a ela. Há muito que andava desparecida, as saudades já eram tantas que começava a desesperar por não lhe pôr a vista em cima há algum (muito) tempo. Naquele preciso momento, soube que tinha encontrado aquilo de que precisava. Não podia mais esperar, chorar e desejar que a minha vida acabasse. Naquele dia, eu voltei a encontrar a minha esperança. A esperança que há muito se tinha perdido!
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7 comentários:
Escreves tão bem *.*
"Era fantástico sentir algo escorrer na minha face para além das minhas lágrimas que quase todos os dias, ao pensar em ti, me inundavam o rosto." É LINDO! PERFEITO!
Continua assim por favor *.*
Obrigada. :)
eu ja fui, em tempos, a marioneta.
*
Eu vi o teu comentário e que falta de maneiras seria a minha se não viesse cá dar uma vista de olhos. Qual meu espanto quando me deparo com este blog formidável. A tua arte para te expressares serve de exemplo para muitos que embora tentem, seus esforços são em vão. Estou a seguir o teu blog e oxalá eu tenha a oportunidade de te conhecer porque pareces ser aquele tipo de pessoa com um sentido das coisas semelhante ao meu, embora por vezes possa não parecer. Dás uma oportunidade para eu te conhecer por favor? Mais uma vez parabéns pelo teu blog e muito obrigado pelo teu comentário. :)
Sinceramente tenho o feeling de que te conheço... E faço uma vaga ideia de quem possas ser... Tenho o medo é de errar e tava a
espera de que te pudesses denunciar... :)
'Em vez disso, ficaram apenas maus sentimentos como o meu desgosto, a minha mágoa e, parecendo que não, também algumas saudades dos velhos tempos.'
Essa dor , essas palavras , essa revolta , faz me lembrar da uma história.
Um primeiro amor de dois adolecentes , onde prometeram as coisas mais loucas mais maravilhosas que alguem poderia imaginar, para um deles desiludir o outro.
E esse fim ? Tal e qual da minha história. Mas quando jurava que esse era o fim, ele tenta iludir a rapariga outra vez.
Sabes o que ela fez?
Ao sentir-se magoada e traida, e de não conseguir apagar o seu sentimento por ele, cheia de medo disse NÃO.
Porque aquele sofrimento tinha trazido a melhor coisa que ela poderia esperar, força e esperança .
Desculpa este desabafo :'$
Continua com este bom trabalho.
Em primeiro lugar, não tens de pedir desculpa pelo desabafo. Adoro saber as experiências e os conhecimentos das outras pessoas. Nunca se sabe quando é que podem ser úteis :)
Acho muito bem que ela tenha dito que não. O sofrimento pode trazer-nos coisas muito boas depois, mas se ela tivesse dito que SIM e se tivesse iludido outra vez, ia acabar por se magoar mais.
Mas às vezes parece que temos tendência para cometer o mesmo erro duas vezes, para sofrer da mesma maneira. Somos um pouco masoquistas ou talvez sejamos apenas um pouco sonhadoras demais.
Fico contente por saber que alguém neste mundo foi capaz de dizer que NÃO ao primeiro amor quando este a tentou iludir outra vez. Tentei tantas vezes fazê-lo, mas só para aí à quinta tentativa é que fui capaz de o dizer.
Mas enfim, tudo isso é passado. Um passado que nos marca, é verdade. Mas que não passa disso mesmo, de ser passado :x
Muito obrigada pelo comentário e pelo apoio nele contido ^.^
Olá ! Encontrei o teu blog e simplesmente amei !
Queria pedir-te autorização para citar algumas passagens tuas no meu blog !
Se não te importares, é claro !
Com os maiores cumprimentos,
DC
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