Almost over


Este ano, posso ter tido imensos momentos maus, imensos momentos em que pensei que tudo ia acabar. Mas em todos esses momentos, tive-te a ti. Foste razão suficiente para eu me levantar sempre do chão, para eu ter esperança e acreditar que isto é real. Já te disse imensas vezes que preferia que me tivesses estendido a tua mão para que eu me pudesse levantar mais facilmente, com a tua ajuda, mas não estendeste. Ainda assim, agradeço-te por te teres importado, pelo menos o suficiente para pedires desculpa.
Em 2010, pensei várias vezes que o meu mundo desabara, mas tenho-te a ti. E és tu quem segura o meu mundo, tens a minha vida e o meu coração nas tuas mãos. Obrigada por me deixares fazer parte da tua vida e do teu coração, não imaginas o que isso significa para mim. Aconteça o que acontecer no próximo ano, nunca ninguém irá tirar o lugar que tu ocupas.
Daqui a um bocado será meia-noite, vamos entrar num novo ano. Mas não tenho vontade de celebrar, porque tu não estás aqui. Quem me dera que estivesses...

Não estás aqui, mas eu vou fingir que estás. Quando a contagem decrescente começar, vou fazer de conta que estás aqui a meu lado, bem juntinho a mim, e quando dia 1 chegar, vou beijar-te e prometer-te que o próximo ano vai ser bem melhor do que este que passou. Vou sussurrar-te ao ouvido que te amo, que nunca te vou deixar e que no final do próximo ano já vou poder fazer tudo aquilo que agora tenho que imaginar.


O momento está a chegar. Amo-te e prometo que é para sempre!

Esconde-esconde

Tenho medo de mim própria. Parece que sou um perigo para mim mesma, cada vez que estou aborrecida e pego no computador, começo a procurar coisas que não devo. E sem querer, de tanto as procurar, acabo por as encontrar.
Como o que procuro são coisas más, encontro coisas ainda piores. Depois sinto-me horrivelmente mal por saber aquilo que tu fizeste, por saber que me mentiste durante tanto tempo. Mas a culpa é minha, eu é que ando à procura de problemas, de coisas que nos possam deixar mal e que me façam ficar chateada contigo. Mas a culpa não é só minha, pois não?
Eu até posso ser um pouco masoquista, mas se não houvesse nada para eu descobrir, não haviam motivos para duvidas. Mas pelos vistos, ainda existem bastantes coisas que tu tens que esconder e que eu tenho de encontrar. E se essas coisas existem, então eu tenho todo o direito de duvidar e de achar que tu não dizes a verdade, porque às vezes não dizes.
Mas sabes o que é que é ainda pior do que viver na incerteza e sofrer por causa disso? É sentir-me indiferente aos factos com que acabo de me deparar. Desta vez as coisas que tu escondias de mim não me afectaram. Sabes porquê? Porque eu já sabia que elas lá estavam.

Estou com medo de mim mesma. Alguém que me vende e me prenda as mãos atrás das costas, se faz favor.

Este blog é uma delícia


Este selinho foi-me oferecido pela m* e tem as seguintes regras:

1. Quem é que nunca vais conseguir esquecer?
Todas as pessoas que já passaram pela minha vida e me marcaram de alguma maneira.

2. Alguém comanda a navegação da tua vida?
Nao é alguem, é algo... O amor.

3. Oferecer o selinho a 3 pessoas ou mais.
Paula
Patrícia
Marilena'
joanabranco

4. Comentar o blog da criadora.
Ate comentava, mas infelizmente não sei quem é. Se alguém souber, faça o favor de deixar um comentário com o blog dela.

Cegaste?

Vês-me. Sou uma pessoa perto da perfeição, mais que perfeita, dizes tu às vezes. Sem fazer parte da tua família, sou a pessoa que tu mais amaste em toda a tua vida. Sou o amor da tua vida e nunca te vais fartar de mim. Queres casar comigo, ter um lar e construir família. Sonhamos. Tenho uma forte personalidade, ora doce, ora amarga. Amas-me, odeias-me. Beijas-me, afastas-me. Sou inteligente e esperta. Gostas dos meus olhos e do meu cabelo. Gostas do meu corpo. Sou linda em todos os sentidos possíveis. Sou o teu único interesse e por isso, a tua prioridade. Dás-me toda a atenção do mundo. Queres-me para toda a eternidade.

Vias-me.

Olhas-me. Sou uma pessoa como outra qualquer. Sou só mais uma comum mortal de olhos castanhos e cabelo comprido, também ele castanho. Sou só mais um rosto no meio da multidão. Sou quase perfeita, tenho uma personalidade como todas as outras. Sou chata, aborrecida, implicativa, egoísta, injusta, parva e estúpida. Fartas-te de mim. Odeias-me. Afastas-me. Sonho sozinha. Sou um dos teus principais interesses, estou entre as tuas prioridades. Dás-me toda a atenção que podes (queres). Queres-me, gostas de mim. Estás farto, afastas-me.

Já não vês.

Estreia


Não consigo encontrar palavras para descrever o bater acelerado do meu coração. Na verdade, já nem me lembro bem. Não era a primeira vez que sentia o meu coração bater descompassadamente, mas foi a primeira vez que senti que ele me queria saltar do peito.
Perdida no nervosismo, achei ali a minha última oportunidade de ter tudo aquilo que eu sempre quis de volta. Procurei-te no meio de todos os nossos colegas e lá estavas tu, a conversar e a rir com um deles, como para esconder o medo de enfrentar o público que nos consumia a todos. Fiz sinal ao outro para que se afastasse e não disse nada. Aproximei-me de ti, peguei na tua mão e coloquei-a sobre o meu peito. Estás mesmo nervosa. Pois estava, agora mais ainda. Tinha sentido as faíscas no momento em que te agarrei a mão, sabia que não tinha sido só eu. Nós ainda estávamos vivos, mais ainda do que o meu coração te mostrava naquele momento. Trocámos olhares, desejámos boa sorte um ao outro e virámos costas.
O momento por que tanto ansiávamos chegou. Pusemo-nos nos nossos devidos lugares e olhámos todos uns para os outros com um falso sorriso na cara como uma espécie de sinal de boa sorte. O pano correu. Tirando o facto de tu teres esquecido algumas das tuas falas, a peça correu lindamente sem maiores percalços. O pano correu, olhámo-nos e o pano correu novamente. Agradecemos e esperámos que o pano voltasse a correr. Que experiência fantástica...
Conversavam todos em grupo quando cheguei, sentei-me propositadamente no lugar vazio atrás de ti. Viraste-te para trás assim que me sentei, olhaste-me nos olhos como sabias que eu adorava que fizesses, sorriste para mim durante uns segundos, agarraste-me e beijaste-me. Este é um dos meus momentos favoritos que recordo com especial carinho. Já com um sorriso na cara de novo, perguntei-te Correu bem, não correu? Sorriste-me de volta. Optimamente. Mas está a correr ainda melhor agora que acabou.

Ante-estreia


Era o dia para o qual tínhamos trabalhado durante seis meses inteiros, o dia pelo qual tínhamos esperado impacientemente durante todo aquele tempo. Sabíamos todas as nossas falas de trás para a frente e mesmo assim continuávamos a sentir aquela sensação na barriga de tão nervosos que estávamos.
Lembro-me perfeitamente de como tinham acabado as coisas na semana anterior, era a primeira vez que te via depois de termos destruído tudo, mesmo contra a nossa própria vontade. Estavas diferente naquele dia, estavas especialmente triste. Notava-se bem que algo se passava, notava-se tão bem que toda a gente reparou, mesmo as pessoas que não te conheciam ou que simplesmente não gostavam de ti. Mas eu gostava, mais do que qualquer outra pessoa presente ali ou em qualquer outra parte do mundo.
Apesar de seres o actor principal, tinhas ficado quase toda a manhã deitado num pequeno sofá que lá havia. Tinhas estado a evitar-me durante quase toda a manhã, finalmente ganhei coragem para me sentar ao teu lado e fiz-te a pergunta mais parva do mundo: Que é que se passa? Respondeste-me com outra pergunta no teu tom irónico tão familiar: Que é que achas que se passa? Não sabia o que havia de dizer, olhei para ti e disse: Desculpa. Perguntaste-me porquê visto que ainda no dia anterior achava que não tinha feito nada de mal. Desculpa por ter dito aquilo que disse, desculpa por ter falado daquela maneira contigo... Limitaste-te a dizer um ok, desculpas aceites. Queria perguntar-te se achavas que alguma vez íamos poder estar juntos de novo, mas essa ia ser uma pergunta igualmente idiota. Levantei-me e saí.
O tempo ia passando e à medida que a hora do espectáculo se aproximava e que a plateia se enchia de gente, ficávamos cada vez mais nervosos.

Atenção

Da próxima vez que perguntares "Então já sabes o que é que queres que eu te ofereça?", a minha resposta vai ser "Nada que o teu dinheiro possa comprar".

About me

1. Signo: Escorpião.


2. Data de Nascimento: 12 de Novembro de 1993.


3. Cor de olhos: Castanhos.


4. Altura: 1.63


5. Comprometida ou solteira? Comprometida.


6. Qual é o teu nome do meio? Pinto.


7. Se fosses arrastada para uma guerra, sobreviverias? Talvez sim, talvez não. Só não ia desistir.


8. Qual é a cor da tua roupa interior hoje? Preta.


9. Dormes com a tv ligada? Às vezes adormeço, mas passado um pouco o barulho começa-me a fazer confusão. Acordo e desligo-a.


10. Consegues escrever rápido no computador? Não me querendo gabar: bastante rápido.


11. Quando foi a última vez que escolheste um duche em vez de um banho de imersão? Já há muito tempo que não tomo banhos de imersão.


12. Com quem é que tu sabes que podes sempre contar? Com o meu namorado, a minha irmã mais velha e com o melhor amigo Mingos. Ah e com a minha mãe!


13. Estás a beber alguma coisa neste momento? Não.


14. Falas enquanto dormes? Agora, acho que não. Mas tenho a certeza que quando era mais nova falava pelos cotovelos.


15. Qual é a foto que tens no fundo do ambiente de trabalho? Uma fotografia minha com o João.


16. Tens o sono profundo? Não.


17. As outras pessoas acham-te atraente? Não sei nem quero saber, é-me indiferente.


18. Sentes saudades de alguém neste momento? Sim, até do João.


19. Quando foi a última vez que disseste a alguém que o amavas e realmente sentias? Há alguns minutos atrás.


20. Qual foi o último desporto que praticaste? Acho que nunca pratiquei um desporto.


21. Como te sentes hoje? Óptima!


22. Quem foi a última pessoa com quem partilhaste a cama? Com o João, lol.


23. Alguma vez foste mordida por alguém? Tantas vezes...


24. Alguma vez mordeste alguém? De novo: Tantas vezes...


25. Qual é a pior coisa no sexo oposto? Aquela mania de se fazerem de fortes e acharem que mandam.


26. O que está no fundo do teu guarda-roupa? Fundo do guarda-roupa? Não faço ideia. Gavetas com roupa?


27. Qual foi a última coisa que tiveste na tua boca? Uma pastilha.


28. Qual é a tua filosofia de vida? Não tenho propriamente uma filosofia de vida. Acho apenas que devemos aproveitar todos os momentos para estarmos com as pessoas que realmente amamos, não sabemos o que irá acontecer amanhã. E é isso que tento fazer.


29. Com o que é que estás ansiosa? Estou ansiosa pelo próximo episódio de True Blood, pela próxima temporada de The Vampire Diaries e por sexta-feira.


30. Alguma vez trepaste para uma janela? Sim, algumas.


31. Que três coisas te levam sempre a sítios? Os meus sonhos, O João e os meus próprios pés.


32. Tens uma queda por alguém? Tenho uma queda enorme por um indivíduo cujo nome é João Santos.


33. Quão frequentemente falas ao telefone? Quase todos os dias.


34. O que fazes quando ninguém está a ver? Canto, danço e choro baba e ranho.


35. Há algo que queiras e não possas ter? Não me recordo de nada.


36. Três coisas que reparas de imediato no sexo oposto: Olhos, cabelo e estilo.


37. Onde está o teu telemóvel? Mesmo ao meu lado.


38. O que foi a última bebida alcoólica que bebeste? Não me lembro mesmo.


39. Qual é a tua cor favorita? Preto.


40. Qual foi o último filme que foste ver ao cinema? Acho que foi Juntos ao Luar.


41. Que música estás a ouvir? Three Days Grace - Life starts now.


42. Quem foi a última pessoa com quem falaste? Com a minha irmã mais nova.


43. Usas que champô? Herbal Essences Pontas Sedosas.


44. Mais velha, do meio, mais nova ou simplesmente uma criança? Do meio.


45. Quem admiras? O meu irmão Mingos.


46. O que te faz mais feliz? Estar com o João <3


47. O que é que odeias? Estar sem ele.


48. O teu homem perfeito? Não acredito na existência de tal coisa. Mas o João é perfeito, pelo menos para mim.


49. Se pudesses mudar uma coisa em ti, o que mudarias? Não mudaria, eliminaria a celulite.


50. O melhor tipo de festa? Não faço a mínima. Com os meus bastava.


51. O que te vês a fazer daqui a 10 anos? Viver com o João, a cuidar dos nossos meninos, trabalhar como psicóloga e a escrever nos tempos livres.


52. Bebida alcoólica? Vodka.


53. Shot? ...


54. Aftershave/Perfume? Black Xs ou perfumes de coco.


55. Filme? O Diário da Nossa Paixão.


56. Sítio? Meu quarto.


57. Número? 13.


58. Mês? Setembro.


59. Gelado? Cornetto Love Chocolate.


60. Dia do ano? 25 de Abril.


61. Flor? Rosas e amores perfeitos.


62. Já alguma vez fizeste um papagaio voar? Não, nunca tive curiosidade.


63. Alguma vez comeste um cachorro quente? Não gosto de salsichas.


64. Alguma vez bebeste leite do pacote? Não, mas hei-de experimentar!


65. Alguma vez ganhaste um concurso de soletrar? Não, nunca participei sequer.


66. Alguma vez tiveste na casa de banho do sexo oposto? Tantas vezes...


67. Curtiste com alguém em frente a uma multidão animada? É bem capaz.


68. Já alguma vez amaste alguém de verdade? Claro que sim. Amo.


69. Alguma vez partiste um osso? Que me lembre, não.


70. Alguma vez cantaste num palco? Óbvio que não.


71. Alguma vez caíste duma cadeira? Já, até foi engraçado.


72. Alguma vez ficaste com a língua colada a um gelo? Acho que não o.o


73. Alguma vez fizeste bungee jumping? Não, mas gostava de experimentar.


74. Alguma vez saltaste de uma rocha? Sim.


75. Alguma vez flashaste alguém? E isso é..?


76. Alguma vez choraste para te safares de sarilhos? Já sim.


77. Alguma vez jogaste strip poker? Não.


78. Beijaste alguém que não conhecias? Não.


79. Estiveste perto de morrer? Talvez.


80. Nadaste no oceano? Claro que sim, estranho era se não o tivesse feito.


81. Alguma vez levaste pontos? Não.


82. Alguma vez foste hospitalizada? Não.


83. Dia ou noite? Noite.


84. Sol ou chuva? Chuva.


85. Dormes com algum peluche? Agora já não.


86. A tua posse que mais prezas? O João, ahah.


87. Danças bem? Não.


88. Já alguém, para além da tua família, te disse que te amava? Sim.


89. Quantos piercings tens? Nenhum, mas isso vai mudar.


90. Diz o nome de 5 coisas que estejas a usar: Portátil, telemóvel, anéis, roupa e chinelos.


91. Alguma tatuagem? Não.


92. Que tipo de bêbeda és tu? Não sou.


93. Gostas de ti? Um pouco.


94. Beijos, ou abraços? Ambos, dependendo da situação.


95. A última pessoa que abraçaste: João.


96. A última coisa que compraste: Bilhete de comboio.


97. A última pessoa que te mandou uma sms: João.


98. A última vez que tomaste banho: Hoje de manhã.


99. És demasiado tímida para convidar alguém para sair? Talvez sim, talvez não.


100. O que estás a pensar? Em nada, só em responder a isto.


101. A melhor maneira para que alguém saiba que gostas dela é...? Linguagem corporal ou dizer-lhes.


102. Tu sabes que eu gosto de ti, se...? Te pareces preocupar comigo e tentas sempre ajudar-me quando há algum problema.


103. Gostas de chocolate? Amo!


104. Quanto dinheiro tens? Um euro.


105. Onde te queres casar? Não sei, num sítio diferente e original.


106. Falas alguma língua para além da materna? Sim.


107. O que queres ser na vida? Psicóloga, escritora e mãe.


108. Preferias morrer queimada ou afogada? Afogada. Odiava ser queimada viva...


109. Preferes dar, ou receber uma massagem? Ambos igualmente.


110. Há algum Tiago no teu circulo de amigos? Se a minha turma for considerada o meu circulo de amigos, então sim.


111. Beijaste alguém no teu círculo de amigos? Não.


112. Guardas rancor? Sim.


113. Com quantas pessoas do teu círculo de amigos já estiveste bêbeda? Nenhuma.

Alucinação


Volta e diz-me que o corpo que partiu não era o teu. Volta e diz-me que tudo não passa de uma mentira contada apenas para que eu não te chateasse mais. Diz-me que tudo isto não foi mais do que tu a brincares com os meus sentimentos. Volta. Nem precisas de pedir desculpa por teres ido embora ou por me teres mentido. O que importa é que realmente voltes.
Volta e diz-me que já não sentes nada por mim ou mesmo que nunca sentiste. Diz-me que eu nunca signifiquei nada para ti, mas volta. Diz-me que para ti, eu nunca fui mais que uma mera conhecida com quem tu desabafavas ocasionalmente. Volta e diz-me todas as coisas que me disseste anteriormente eram mentira. Diz-me que quando me chamavas melhor amiga, o dizias apenas da boca para fora. Admite que me substituíste e que me deixaste cair no esquecimento. Mas volta.
Volta nem que seja para te rires de mim. Diz que me odeias, diz que nunca me amaste, diz que nunca sequer gostaste de mim. Mas volta, por favor. Volta nem que seja para te ires embora de novo.

Preciso de saber que o facto de tu permaneceres aqui, do meu lado, não é apenas fruto da minha imaginação. Diz-me que não estou a alucinar.

Não quero

- Deixa-me.
- Não.
- Deixa-me.
- Tu não queres isso...
- Deixa-me.
- Isso é só uma palavra agora.
- Adeus.
- Está bem.

A troca de mensagens cessa durante mais de 20 minutos. Não sei o que fizeste durante esse tempo. Mas durante esses vinte minutos, mais de vinte lágrimas foram derramadas, não que as tenha contado, mas quase que ouvi a minha almofada queixar-se do aperto e do rio que lhe escorria em cima. Não aguento mais, vou ligar-te.


- Que é que foi agora?
Silêncio. Não tenho coragem para te perguntar o que queria perguntar. As lágrimas continuam a cair enquanto eu as tento parar para que elas não tenham qualquer efeito no meu tom de voz. Mal consigo.
- Queres mesmo que te deixe?
- Se é assim, quero.
- Ok.
Silêncio de novo. Dou-te algum tempo para pensares na resposta que me acabaste de dar e naquilo que eu te disse. Pensei que fosses entender que só queria que desmentisses o que tinhas dito, queria que dissesses exactamente o contrário. Tentei imaginar-te a dizer Fica comigo, não consegui. Passam mais de 5 minutos.
- Se não tens mais nada para dizer, vou desligar.
- Está bem.
- Adeus.
- Amo-te...
Desligas-me o telemóvel na cara, aposto que nem ouviste a última coisa que te disse. Ainda bem, acho que não queria que ouvisses.

Aperto a minha almofada com toda a força que desconhecia ter. Rolam mais vinte lágrimas. Recomponho-me. Não consigo fazer o que me pediste. Odeio-te por me teres pedido tal coisa, odeio-me a mim por não te conseguir deixar. Se queres que te deixe em paz, então eu não quero acordar.

No surprise

A mensagem ainda nem tinha sido entregue e já eu tinha virado costas. Caminhava, quase corria, num sentido contrário ao teu. E enquanto tudo isso acontecia, pensava no quanto aquilo era difícil para mim. Mas era o que tinha de ser feito, precisava de limpar a minha consciência. Não consigo ser um fardo para ti, não quero e no entanto é isso que sou, é assim que me sinto. A tua vida não pára com o meu desaparecimento, muito pelo contrário, continua em frente como se nada fosse. Já a minha é muito mais complicado... Já fazes parte dela, não quero nem vou conseguir viver sem ti.
Talvez não tenhas escolhido dizer as coisas que disseste, talvez me queiras, talvez até me ames, talvez eu tenha sido injusta contigo. Seguro as lágrimas nos meus olhos e volto para trás. Sinto que toda a gente me olha como se eu não fosse normal, como se nunca tivessem visto alguém como eu. Não, estou a ser convencida, elas não estão a olhar para mim. Ninguém repara na minha presença. Do outro lado do corredor, um grupo de homens mete-se comigo. Não quero saber, agora só tenho uma coisa na cabeça. Uma direcção, um sentido, um rumo, um destino. Estou quase lá. Continuo a passar por entre as pessoas rapidamente, tentando fazer com que a expressão estampada no meu rosto não seja percebida.
Finalmente, chego ao local onde te deixei, onde virei costas. Já não estás lá, foste substituído por um casal de velhotes que ali se resolveu sentar. Não correste atrás de mim, não ligaste, não perguntaste. Porque é que isso não me admira? De repente, fico sem rumo, sem um destino, sem saber para onde ir. Enquanto me dirijo para a saída mais próxima, uma das lágrimas não se consegue conter e escorre-me pela face. Seco-a com a minha mão. Não posso chorar.
"I still remember when it was him & her, suddenly turned him and his crew, forgot everything 'bout his boo."

... era escusado.

Cala-te e lê

Tentei calar-me durante algum tempo, fingir que nada se passava. Não vejo mais motivos para a minha boca estar selada quando tu dizes tudo o que te apetece sem pensar no quanto isso me vai magoar. Já chega, cala-te. Quem não pensa agora sou eu.

Achas que eu não te dou valor? Dou-te mais valor do que alguma vez alguém dará. Dou-te mais valor do que todas as pessoas que tu conheces. Dou-te mais valor do que tu próprio achas que tens. Dou-te valor, dou-te todo o valor do mundo. E não te dou valor só porque sim, só porque me apetece. Dou-te valor porque tu tens valor, pelo menos para mim. E é por teres esse valor que nunca devias falar no valor que achas que tens para mim, porque não sabes. Não sabes nada.
E como não gosto de ficar calada a ouvir, mas gosto também de dar a minha opinião (muitas vezes contrária à tua), pergunto-te E tu? Achas que me dás valor? Não dás, não queres dar, não pareces dar. És tu quem não me tem dado o valor que eu mereço... E no entanto, eu permaneço calada. Portanto, nem te atrevas a falar em valor.

Nós não temos valor.
Return top