Fábio Miguel,

Foste-te de vez. Esta é a verdade e está na hora de eu finalmente começar a encará-la. Chega de sonhar que um dia vais voltar e rir-te de mim por ter acreditado que te tinhas mesmo ido embora.
Partiste e essa é a verdade. O silêncio que insistias em manter após todas as mensagens que deixei em tua memória nunca serviu de prova para mim. Sempre pensei que fosse mais uma brincadeira, mais uma das tuas brilhantes actuações. Pensei que fosse uma mentira ainda mais bem formada do que aquela que contaste ao dizer que me amavas e que nunca me irias deixar.
Deixaste-me uma vez... E quando eu pensava que não me poderias deixar ficar só duas vezes seguidas, deixaste-me de novo. Deixaste-me da pior forma que alguém me poderia ter deixado. Era e ainda sou demasiado nova para encarar algo assim. Nunca estive preparada para tal.
A tua irmã disse-me que tinha encontrado algo que tinhas escrito para mim e enviou-me por correio. Quando chegou nem queria acreditar que, depois de tanto tempo, tinha algo teu finalmente nas minhas mãos! Infelizmente, com as mudanças de casa (e de vida), perdi a carta em questão. Agora parece que foi algo que nunca existiu na realidade. Começo a duvidar de mim própria e da minha sanidade mental. Será que a carta existiu mesmo ou foi só mais uma das partida da minha mente? E tu? Será que alguma vez foste real? A carta poderia ser a prova que eu precisava, poderia ser aquilo que o meu coração precisa para seguir em frente... Ou simplesmente voltar atrás.



Independentemente de tudo... Amar-te-ei até ao fim dos meus dias. Prometo, amigo.

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